Um dia mandaram Exu preparar um ebó
para conseguir fazer fortuna bem depressa.
Exu, depois de ter feito o ebó,
foi pra cidade de Ijebu.
Em vez de se hospedar no palácio do chefe local,
como pedia a tradição,
Exu ficou na casa de um homem de importante posição oficial.
De madrugada, quando todos dormiam,
Exu levantou-se devagarinho e fingiu que ia urinar no quintal.
Lá fora, Exu pôs fogo nas palhas que cobriam a casa.
Enquanto o telhado pegava fogo,
Exu gritava como louco, se fazendo de inocente.
Gritava que estava perdendo grande fortuna no incêndio.
Fortuna que havia guardado dentro de uma talha
que entregara à guarda do dono da casa.
Para os muitos curiosos que chegavam atraídos pelo sinistro
ele repetia sem cessar a sua história.
Rapidamente tudo se queimou,
da casa só sobrando cinzas.
E assim, com toda a confusão que houve,
até o chefe da aldeia correu para o local.
Exu continuava clamando por causa do dano do incêndio.
Como se tratava de um prejuízo a um estrangeiro,
o chefe local resolveu pagar o suposto valor que Exu perdera.
Mas não havia na aldeia dinheiro suficiente
e então, para compensá-lo das perdas,
o rei, em detrimento de si mesmo, proclamou Exu rei dali em diante.
Assim exu foi feito o dono de Ijebu
e todos tornaram-se seus súditos.
Fonte: PRANDI, Reginaldo, Mitologia dos Orixás - São Paulo: Companhia das Letras,2001.
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