Atoto - Silêncio - É hora da precisão.
Salve meu grande Pai Obaluaiê! - 16/08

Omolú/Obaluaiê é o senhor das doenças, é o orixá da renovação dos espíritos, senhor dos mortos e regente dos cemitérios; considerado o campo santo entre o mundo material e o mundo espiritual.

O orixá é conhecido como Obaluaiê no Candomblé, como Obaluaê na Umbanda, como Xapanã no Batuque. Xapanã é um nome proibido tanto no Candomblé como na Umbanda, não devendo ser mencionado pois pode atrair a doença inesperadamente.

Omolú/Obaluaiê é filho de Nanã, irmão de Oxumarê e sua figura é cercada de mistérios. A Ele é atribuído o controle sobre todas as doenças, especialmente as epidêmicas.

O poderoso orixá tem tanto o poder de causar a doença como pode possibilitar a cura do mesmo mal que criou.

O Culto a Omolú/Obaluaiê

Tem como emblema o Xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias negativas, bem como “varre” as doenças, impurezas e males sobrenaturais. Esta representação nos mostra sua ligação a terra.

A vestimenta de Omolú/Obaluaiê é feita de ìko, é uma fibra de ráfia extraída do Igí-Ògòrò, a palha da costa , elemento de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto.

É composta de duas partes o “Filá” e o “Azé“, a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma espécie de capuz trançado de palha-da-costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam da cintura, o Azé , seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça, também chamado “cauçulú“, em que oculta o mistério da morte e do renascimento. Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte.

Festa de Omolú/Obaluaiê

Olubajé

O Olubajé é a festa anual em homenagem a Obaluaiê, onde as comidas são servidas na folha de mamona. Rememorando um itan (mito) onde todos os orixás para se acertarem com Obaluaiê, por motivos de ter sido chacoteado numa festividade feita por Xangô por sua maneira de dançar.

Nessa festividade, todos os orixás participam, com exceção de Xangô e principalmente Ossaim, Oxumarê, Nanã, que são de sua família. Iansã tem papel importante por ser ela que ajuda no ritual de limpeza e trazer para o barracão de festas a esteira, sobre a qual serão colocadas as comidas.

Olubajé é ritual especifico para o orixá Obaluaiê, indispensável nos terreiros de candomblé, no sentido de prolongar a vida e trazer saúde a todos os filhos e participantes do axé. No encerramento deste rito é oferecido no mínimo nove iguarias da culinária afro-brasileira chamada de comida ritual pertinente a vários orixás, simbolizando a Vida, sobre uma folha chamada “Ewe Ilará” conhecida popularmente como mamona assassina, altamente venenosa simbolizando a Morte (iku).

Opanijé

Opanijé, no candomblé é um toque sagrado, entoado para o orixá Obaluaiê, Omolu geralmente tocado para a divisão da comida ritual chamada Olubajé, quando todos em silencio recebem sua porção, e os crentes aproveitam este momento para pedir saúde e longevidade. O orixa dança numa representação simbólica, mostrando sua ligação com os mortos (Ikú) e o seu domínio sobre a terra.

A origem da palavra é a língua yorubá, onde significa “aceitar comer” (opa – aceita), (nijé – comer). Sua dança o orixá dança curvado para frente, como que atormentado por dores, e imitam seu sofrimento, coceiras e tremores de febre.

Qualidades

  1. Afoman /Akavan: Tem ligação com Exú.
  2. Arinwarun (ou wariwaru): É um título de xapanan.
  3. Azonsu / Ajansu / Ajunsu: Tem fundamentos com Òşàlà, Òşùmàrè e Ògún. É extrovertido. É ligado ao tempo, as estações do ano e ao culto da terra. É o verdadeiro dono do cuscuzeiro. Veste de vermelho, preto e branco, na perna esquerda leva uma pulseira de aço.
  4. Azoani: É jovem, veste preto e branco. Tem caminhos com Iroko, Òşùmàrè, Yèmọnja e Ọya.
  5. Arawe / Arapaná: Tem fundamento com Ọya.
  6. Ajoji / Ajagun: Tem fundamentos com Ògún e Oşoguian.
  7. Avimaje / Ajiuziun: Tem fundamento com Nana e Ọ̀sónyìn.
  8. Ahosuji / Segí: Tem ligação com Yèmọnja e Òşùmàrè / Besén.
  9. Afenan: É velho, dança curvado, veste a estopa e carrega duas bolsas de onde tira as doenças. Veste de amarelo e preto. Todas as plantas trepadeiras pertencem-lhe. Tem caminhos com Òşùmàrè e Ọya, de quem é companheiro, dança cavando a terra com Intoto para depositar os corpos que lhe pertencem.
  10. Intoto: Suas contas são vermelho e preto. É um Òrìsá cultuado em seu assentamento e não vira na cabeça de ninguém, pois não tem como cultua-lo. Antigamente recebia sacrifícios humanos, por tratar-se de um Òrìsá antropófago, come a carne e destroi os ossos. Foi esse OMOLÚ que brigou com OSOGUIAN. Caso apareça um ÌYÀWÒ desse Òrìsá, faz-se AZUANI ou ÒSUN.
  11. Posun/Posuru: É o mesmo Azunsun do Gege, louvado como Possun no ketu e na Angola, tanto é Iroko como Tempo. Come diretamente da terra. Sua dança mostra claramente sua ligação discreta com Èşù e com a terra, dança com garras na mão. Tem caminhos com Intoto, Iroko e Ọya.
  12. Savalu / Sapekó: Tem forte fundamento com Nanã.
  13. Tetu / Etetu: É jovem e guerreiro. Come com Ògún e Ọya. Veste de branco, preto e vermelho.

Sincretismo Religioso

Dia de Omolú/Obaluaiê é dia 16 de Agosto


É sincretizado como São Roque na forma de Obaluaiê, o jovem. Na forma mais velha de Omulú, é sincretizado como São Lázaro.

Omulú é sincretizado com São Roque, que é um santo da Igreja Católica, protetor contra a peste e padroeiro dos inválidos e cirurgiões.

A sua popularidade, devido à intercessão contra a peste, é grande sendo protetor de múltiplas comunidades em todo o mundo católico e padroeiro de diversas profissões ligadas à medicina, ao tratamento de animais e dos seus produtos e aos cães.

A festa em homenagem a Omolú/Obaluaiê é celebrada em 16 de Agosto.

Dia de Omolú e características dos filhos

Saudação de Omolu/Obaluaiê é ATOTÔ!
O dia da semana consagrado a Obaluaiê é segunda-feira e a saudação é ATOTÔ!

O dia da semana consagrado a Omolú/Obaluaiê é segunda-feira, as cores são o preto e o amarelo, ou marrom escuro e amarelo e o vermelho. Sua saudação é Atotô!

Uma das características mais marcantes dos filhos de Omolú/Obaluaiê é que seus eles parecem ter mais idade do que realmente têm por conta da entidade ser mais velha e agem como se tivessem uma idade bastante avançada.

Os filhos de Omolú/Obaluaiê são doces, mas reclamões, rabugentos, um tanto mal-humorados. Quando querem, fazem e ajudam a todos sem exceção.

Os filhos deste orixá sofrem com muitos problemas de saúde que se arrastam por anos, geralmente desde criança ou desde o nascimento. São fiéis, dedicados e amigos de verdade. Podem ter premonições e seus filhos tem um pensamento de pessoas maduras, o que os ajuda a não agirem como crianças, ou serem irresponsáveis. Gostam da ordem e disciplina.

Pipoca é a oferenda principal de Omolú/Obaluaiê

Os devotos de Omolú/Obaluaiê lhe atribuem curas milagrosas, realizando oferendas de pipocas, o deburu ou doburu, em sua homenagem ou jogando-as sobre o doente como descarrego.

Doburu é a comida ritual mais apreciada pelos orixás Obaluaiêe Omolú. É o milho de pipoca estourado em uma panela, em alguns lugares com óleo, em outros com areia. Nesse último caso, é preciso peneirar a areia dessa pipoca depois de pronta. Ao final, a pipoca é colocada em um alguidar (vasilha de barro) e enfeitada com pedacinhos de côco.

Lenda de Omolú/Obaluaiê

Doente e com o corpo coberto de feridas, Omolú retorna para aldeia onde nasceu e encontra todos os orixás em festa, mas envergonhado de seu aspecto não entra na festa e fica escondido observando os orixás. Ogum percebe que Omolú não veio dançar e compreende a razão, e resolve ir para o mato fazer um capuz de palha da costa para cobrir Omolú da cabeça aos pés.

Feito isto, Omolú entrou na festa, mas mesmo assim não dançava com osorixás. Foi quando Iansã se aproxima e com seu vento sopra a roupa de palha de Omolú e suas feridas pulam para o alto e se transformam numa chuva de pipoca e todos vêem Omolú como um rapaz bonito, sadio e brilhante como Sol.

Trabalhos na linha de Cura para Omolú/Obaluaiê

Quando precisar é só chamar nosso grande Pai para cuidar da sua saúde, seja ela, física ou espiritual.

Axé!

Um comentário:

Alagbê Arthur ty Ogun disse...

BANQUETE DO REI

Na calunga tem mistério
Tem magia, tem poder
Salve sua força e seu canto
Saravá Atotô Obaluaê

Yemanjá rainha do Oceano
Nanã deusa da sabedoria
Ewa me cubra com seu amor
Yançã me traga paz e alegria

Ossain, meu pai Ossain
Arroboboi meu pai Oxumarê
Salve o banquete do rei
Oi batam palmas para nosso Olubajé

Obaluaê, Olubajé
Obaluaê me traz axé
Obaluaê, Olubajé
Obaluaê me traz axé


Asé a todos !!!!

Alagbê Arthur ty Ogun